O Homem Sem Signo, de Daniel Monteiro
Título: O Homem Sem Signo
Autor: Daniel Monteiro
Gênero: Fantasia
Sinopse: No mundo de Maciaan as pessoas crescem ouvindo lendas sobre centauros, gigantes e misteriosos monstros do mar. De todas as criaturas fantásticas, os mais perigosos são os filhos do zodíaco, humanos que carregam em suas costas a marca da constelação que guia suas ações. O pai de Amato é o filho de Capricórnio e carrega consigo uma terrível maldição. Em O homem sem signo, acompanhamos o crescimento de Amato e sua luta para quebrar a maldição do pai, que só pode ser desfeita com a morte dos outros onze filhos do zodíaco. Para encontrar os seus alvos, Amato precisará viajar para os lugares mais longínquos, lutar contra rebeldes, digladiar em arenas e provocar guerras entre reinos. A vontade do herói é posta à prova quando grandes amigos se revelam filhos do zodíaco, e a decisão de salvar o pai não parece mais tão correta. Mergulhe nesse mundo fantástico e descubra quem é o homem sem signo.
Em Maciaan existem misteriosos seres humanos, os filhos do zodíaco, que carregam em suas costas uma constelação, cada qual pertencente a um signo do zodíaco. Cada um deles possui um diferente tipo de poder, mas no caso de Tiestes esse poder vem com uma maldição: ele não pode deixar o Cesaro, o local onde nasceu e onde vive. Sua única esperança de se livrar da maldição é matar todos os outros onze filhos do zodíaco e com isso se tornar o homem sem signo.
Como não pode deixar o Cesaro, dá a missão ao seu filho, Amato. Este parte para a capital, Kelicerata, e começa aos poucos a se introduzir na política, tomando o poder de que necessita para sair pelo mundo caçando os filhos do zodíaco.
Aos poucos, libertar seu pai da maldição começa a se tornar a obsessão de Amato, e ele passa a fazer tudo aquilo que está ao seu alcance para conseguir completar a missão. O gradual processo de corrupção do personagem é um dos pontos centrais da trama e foi bem trabalhado. O leitor observa que no início ele hesita antes de matar e se indigna com a corrupção, mas com o passar dos anos deixa de se importar e começa a tramar suas próprias artimanhas.
Outros personagens, contudo, não foram tão bem trabalhados. Percebe-se que vários deles têm sua importância para a trama, mas suas próprias jornadas não foram tão bem detalhadas quanto a de Amato. Outro ponto que me incomodou, em relação aos personagens, foi a ausência de figuras femininas com papel importante. As duas mulheres que são citadas, ainda que não tenham relevância, pareceram um tanto estereotipadas.
O estilo de escrita precisa ainda amadurecer. Daniel passa pelas cenas narrando tudo o que acontece, mas em alguns momentos é preciso mostrar. Um pouco de descrição do ambiente, ou do que os personagens estavam sentindo, teria tornado toda a história mais instigante. A falta de descrição do cenário também tornou algumas cenas confusas.
O mundo apresentado precisa também de um pouco mais de detalhes. É muito criativo, com diversas criaturas diferentes e sua própria história, sem mencionar os filhos do zodíaco, mas tudo isso é apresentado ao leitor sem maiores explicações, o que deu a tudo um ar um tanto vago. Ao menos os filhos do zodíaco, com seus poderes e sua origem misteriosa, mereciam um pouco mais de detalhes. Tudo isso poderia ter sido colocado na história sem torná-la enfadonha.
O final nos traz uma reviravolta inesperada e explicações para cenas que, no início do livro, tinham parecido um tanto confusas. Apesar disso, pareceu ainda mais apressado que todo o restante da narrativa; senti que o autor deixou muita coisa para ser resolvida no final. Em resumo, O Homem sem Signo nos traz um mundo rico e muito criativo e uma trama interessante, mas com um potencial que ainda precisa ser trabalhado.
Avaliação da L.H. Felagund:
Linguagem e estilo: 2
Personagens: 2
Trama: 3
Originalidade: 4
Total: 2,75