"O Ciclo da Morte", de Thais Lopes
Título: O Ciclo da Morte (O Santuário da Morte #01)
Autor: Thais Lopes
Gênero: Fantasia
Sinopse:
Kelene é uma jovem humana aparentemente comum, mas que possui uma conexão com o Outro Mundo e um passado misterioso que se recusa a revelar. Porém, coisas começam a acontecer quando ela aceita dividir seu apartamento com um vampiro. Lucio está fugindo de seu irmão, Seth, que é também um dos vampiros mais antigos e que aparentemente quer destruí-lo. Seth também está atrás de Kelene, no intuito de transformá-la em uma vampira, e logo tudo começa a se tornar cada vez mais perigoso.
A história é contada dividindo-se entre os pontos de vista de Kelene e Lucio, em primeira pessoa. Ambos têm seus segredos que relutam em revelar, por isso estes são entregues aos poucos para o leitor, criando um clima de mistério que o leva a virar as páginas em busca de mais.
Conforme os segredos são revelados, vamos percebendo os verdadeiros objetivos de Seth e a trama bem amarrada, com começo, meio e fim, apesar de este ser o primeiro volume de uma série.
O livro também aborda alguns temas de modo diferente e interessante. O Outro Mundo, composto por seres como vampiros, fadas e demônios, é conhecido pelos humanos e mantido à margem da sociedade por estes, que criaram preconceitos devido ao medo do desconhecido. Outro ponto criativo do livro foi a abordagem da morte como uma entidade, uma personagem que atua no enredo junto dos demais. Esse é o ponto central da história e que justifica o título e todos os problemas que aconteceram.
O estilo de escrita é bastante fluído, levando o leitor de um problema a outro, de uma cena a outra sem a necessidade de inserir trechos desnecessários. Porém, em alguns pontos a narrativa é rápida demais, e talvez por medo de tornar o livro enfadonho, a autora deixou algumas explicações, assim como a construção dos cenários, um tanto
vagas demais. As descrições de personagens e lugares são pouco detalhadas ou inexistentes, e creio que um pouco mais de elaboração teria tornado as passagens mais instigantes.
Faltou ainda um pouco de detalhamento na construção do mundo que a autora idealizou, não somente nos cenários como também nas raças criadas e suas relações com os humanos e entre si. Os diversos poderes dos personagens, especialmente os de Kelene, também não foram bem explicados; sem que o leitor conhecesse suas possibilidades e limitações, as cenas em que foram usados pareceram um tanto fracas e de fácil resolução.
Os personagens não tiveram suas motivações e anseios explorados e muitos não tiveram suas personalidades definidas, com exceção de Kelene, que é a protagonista. Mas esta é uma personagem forte, e a autora soube lhe dar medos e fraquezas sem que ela se tornasse dependente e cheia de dramas. A protagonista consegue lidar com todos os seus problemas de forma eficiente e se mostrou disposta a enfrentar perigos e assumir seu papel.
O final foi narrado no mesmo ritmo do restante do livro: trouxe bastantes cenas de ação (ainda que nessas tenha faltado um pouco de emoção, algo que passasse ao leitor a sensação de perigo) e respondeu ao leitor todas as perguntas que foram propostas ao longo da trama. Ainda assim, causou algumas mudanças nos personagens e deixou algumas pontas soltas para os próximos volumes.
Avaliação de L. H. Felagund:
Linguagem e estilo: 2
Personagens: 3
Trama: 4
Originalidade: 4
Total: 3,25
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